Cara é a mulher que quando a vida lhe deu um limão fez logo a limonada. Uma jarra enorme, gelada e adoçada. Barata é a que ficou azeda. Cara é a mulher que diante dos sonhos desfeitos, reorganizou-os como pôde, juntou caquinhos no chão, catou migalhas, mas se refez. Barata é a que manteve sonhos extintos, virou o pesadelo dos que a cercam e nunca acordou. Cara é a mulher que descobriu seu corpo, apaixonou-se pelos seus defeitos e aprendeu a exibir-se com a maestria de quem é segura de seu poder. Barata é aquela que nem sabe como é, não ousou se conhecer e vive tentando se esconder. Mulher cara tem brilho nos olhos. Barata só tem rugas. Cara é a mulher que saiu à luta, foi ao fundo do poço e...voltou! Barata é quem vive nas bordas. Cara é a mulher que muda de casa, de cidade, de país, de marido, de namorado, de emprego quantas vezes for preciso, mas se mantém fiel aos seus princípios. Barata até muda, mas só a casca. Por dentro mantém as paredes rachadas. Cara é a mulher que