hãn hãn (limpando a garganta)
Era uma noite fria. Só não estava cinzenta porque o país é cinzento, então já não se sabia distinguir.
E ela já podia sentir o cheiro doce do liquido escuro cafeinado, descendo à goela.
De repente um barulho ...triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... era hora de matar a sede.
Levantar, fazer xixi, lavar o rosto, escovar os dentes, se vestir, ajeitar a juba e sair... sair correeeeeeeendo senão vai perder o ônibOOOOOs. Ufa, entrou!
Saiu do ônibus, andou. Andou muito. E então encontrou aquele cômodo cheio de máquinas e geladeiras.
Se sentou e... awnnnnhhhhhhhhhh! Que gole gostoso!
Depois se vestiu diferente, até os dentes, andou mais um pouco e à partir daí nada tinha fim.
Se sentou e... awnnnnhhhhhhhhhh! Que gole gostoso!
Depois se vestiu diferente, até os dentes, andou mais um pouco e à partir daí nada tinha fim.
Por durante 6 longos anos foi assim. Eu só queria sentir aquele gole. O resto era o lixo que o sistema me oferecia.
E nada tava bom!
Sim é uma história de amor. De amor à minha vida!
A gente não entende como pode aguentar tanto. A gente não entende como um dia acorda após ser cúmplice por tanto tempo, da própria vida.
Eu sonhei. Sonhei que ainda estava lá.
Que estava sentada e que não podia levantar. Só mexer os braços. Eram 4 ou 5 movimentos repetitivos.
Não podia ir ao banheiro. E os intervalos eram de 5 minutos. Dois, sim DOIS intervalos.
Sonhei com a realidade que de nada era sonhada, nem nunca foi por ninguém.
Que aos prantos eu surrava uma das paredes do banheiro, por amor às minhas costas. E foi também nesse dia que adquiri um grande problema eterno.
Também sonhei com um chão cheio de baba de sono. E balas, de eucalipto.
E que dor! Me dói até hoje!
Por 6 longos anos.
Demoraram 15 na verdade, pra passar.
Mas depois só menos piorou.
Isso foi ser uma dekasseki!
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